2ºF e 2ºC1 - Bio - 20/07
A 24/07
Os alelos múltiplos ou polialelia ocorrem quando os genes apresentam mais de duas formas alélicas.
No caso dos alelos múltiplos, três ou mais alelos estão presentes na determinação de um caráter da população.
Lembre-se, um alelo é cada uma das várias formas alternativas do mesmo gene que ocupa um locus no cromossomos e atuam na determinação do mesmo caráter.
Os indivíduos diploides sempre apresentam dois alelos de cada gene. Um de origem do pai e o outro da mãe.
Quando um locus no cromossomo pode ser ocupado por uma série de alelos múltiplos, aumenta-se a variabilidade genética da população. Isto porque, a quantidade de combinações possíveis entre os alelos para cada locus passa a ser maior.
Como os alelos múltiplos surgem na população?
Os alelos múltiplos são resultado do processo de mutação que ocorre nos genes.
Um exemplo de polialelia nos humanos refere-se ao gene que determina os grupos sanguíneos do sistema ABO.
No Sistema ABO existem três genes que irão atuar na formação do tipo sanguíneo, o fenótipo.
São eles, os genes IA IB e i.
Sistema ABO e Fator RH
O sistema ABO são classificações do sangue humano nos quatro tipos existentes: A, B, AB e O.
Enquanto que o Fator Rh é um grupo de antígenos que determina se o sangue possui o Rh positivo ou negativo.
Como foram descobertos os Sistemas ABO e Rh?
O sistema ABO foi descoberto no início do século XX, pelo biólogo austríaco Karl Landsteiner (1868-1943) e sua equipe de cientistas.
Eles constataram algumas diferenças no sangue dos indivíduos, o que, certamente, esclareceu a morte de muitas pessoas após transfusões de sangue.
A descoberta do Sistema ABO foi um marco importante da história da medicina. Por causa deste estudo, o médico e biólogo Karl Landsteiner ganhou, em 1930, o “Prêmio Nobel de Fisiologia”.
Segundo os cientistas, a propriedade da incompatibilidade dos tipos sanguíneos foi confirmada a partir da reação imunológica entre as substâncias presentes no plasma sanguíneo e nas hemácias.
Com isso, o sangue que sofreu aglutinação a partir de determinados antígenos presentes nas membranas das hemácias, ficaram conhecidos por aglutinogênios (A e B). Enquanto que as substâncias aglutinadoras, anticorpos, encontradas no plasma sanguíneo, foram denominadas de aglutininas (anti-A e anti-B).
Além de desvendar a tipologia sanguínea, Karl Landsteiner (1868-1943) descobriu o Fator Rh (anticorpos), derivado do nome do “macaco do gênero Reshus”. Este animal foi utilizado como cobaia nas investigações para o avanço do sistema ABO.
As pesquisas apontam que determinados tipos de sangue possuem ausência do fator Rh. Isso acontece pois os indivíduos que apresentaram as hemácias aglutinadas pelo anticorpo Rh foram classificadas como Rh positivas (Rh+). Em contrapartida, as hemácias dos que não se aglutinaram foram chamadas de Rh negativas (Rh-).
Tipos de Sangue
Os grupos sanguíneos, de acordo com o sistema ABO, são classificados em: A, B, AB e O.
Os tipos diferenciam-se pela presença ou ausência de aglutininas, no plasma sanguíneo, e de aglutinogênios, na membrana das hemácias.
- Tipo A: O sangue do tipo A apresenta aglutinina (anticorpos) anti-B no plasma. Assim, indivíduos com esse tipo de sangue podem receber dos tipos A e O, contudo, não recebem do tipo B e nem do tipo AB.
- Tipo B: O sangue do tipo B apresenta aglutinina (anticorpos) anti-A no plasma. Assim, indivíduos com esse tipo de sangue podem receber de B e O, porém, não podem receber sangue dos tipos A e AB.
- Tipo AB: O sangue do tipo AB é o “Receptor Universal”, de forma que AB não possui aglutininas no plasma e pode receber qualquer tipo de sangue. Em outras palavras, o sangue AB possuem os antígenos A e B, entretanto, nenhum anticorpo.
- Tipo O: O sangue do tipo O é o “Doador Universal”, uma vez que possuem os dois tipos de aglutininas (anticorpos) no plasma, anti-A e anti-B, e não apresentam aglutinogênios (antígenos) dos tipos A e B. A despeito de serem os doadores universais, ou seja, podem doar seu sangue para qualquer grupo sanguíneo, esses indivíduos só recebem sangue do tipo O.
Confira abaixo a tabela indicando as relações existentes na doação de sangue:
Grupo Sanguíneo | Aglutinogênios nas Hemácias | Aglutininas no Plasma | Recebe de | Doa para |
---|---|---|---|---|
A | A | anti-B | A e O | A e AB |
B | B | anti-A | B e O | B e AB |
AB | AB | - | A, B, AB e O | AB |
O | - | anti-A e anti-B | O | A, B, AB e O |
O que acontece se uma pessoa recebe um tipo de sangue diferente do seu?
Nesse caso, pode existir a incompatibilidade entre os tipos sanguíneos. As hemácias recebidas irão se aglutinar, a ponto de formarem aglomerados maiores e mais compactos, impedindo a circulação do sangue.
Eritroblastose Fetal
A doença hemolítica do recém-nascido ou eritroblastose fetal ocorre quando o sangue de um feto Rh+ é aglutinado pelos anticorpos do sangue da mãe Rh-, num processo chamado de hemólise.
Assim, a criança nasce com profunda anemia (icterícia), decorrente da alta destruição das hemácias.
Dessa forma, fica claro que o sistema ABO e o fator Rh possuem uma função muito importante na biologia humana.
Para identificar se uma pessoa tem Rh positivo ou negativo, mistura-se o sangue com anticorpos Rh e se as hemácias se aglutinarem, essa pessoa tem sangue Rh+. Por outro lado, se não se aglutinarem, essa pessoa tem sangue Rh-.
Exercícios:
1. (Vunesp) A
transfusão de sangue do tipo B para uma pessoa do grupo A resultaria em:
a) reação de anticorpos anti – B do receptor com os glóbulos vermelhos
do doador.
b) reação dos antígenos B do receptor com os anticorpos anti – B do doador.
c) formação de anticorpos anti – A e anti – B pelo receptor,
d) nenhuma reação, porque A é receptor universal.
e) reação de anticorpo anti – B do doador com antígenos A do receptor.
b) reação dos antígenos B do receptor com os anticorpos anti – B do doador.
c) formação de anticorpos anti – A e anti – B pelo receptor,
d) nenhuma reação, porque A é receptor universal.
e) reação de anticorpo anti – B do doador com antígenos A do receptor.
2. Na
espécie humana, os alelos que determinam sangue do tipo A (IA) e do tipo B (IB) são co- dominantes. Esses dois alelos, porém, são
dominantes sobre o alelo responsável por sangue do tipo O (i). Assim, se uma
mulher com tipo sanguíneo A tem um filho com tipo sanguíneo B, o sangue do pai
da criança pode ser de qual tipo?
3. (UEPB-2006) Dois pacientes, em um hospital, têm as seguintes
características de sangue:
PACIENTE 1: apresenta tanto anticorpos Anti-A como Anti-B no sangue. PACIENTE 2: não apresenta anticorpos Anti-A nem Anti-B no sangue. Pode-se afirmar que:
PACIENTE 1: apresenta tanto anticorpos Anti-A como Anti-B no sangue. PACIENTE 2: não apresenta anticorpos Anti-A nem Anti-B no sangue. Pode-se afirmar que:
a) o paciente 2 é do tipo doador universal.
b) o paciente 1 pode receber sangue do paciente 2.
c) o paciente 1 só pode receber sangue A.
d) o paciente 2 só pode receber sangue AB.
e) o paciente 2 pode receber sangue A, B, AB ou O.
b) o paciente 1 pode receber sangue do paciente 2.
c) o paciente 1 só pode receber sangue A.
d) o paciente 2 só pode receber sangue AB.
e) o paciente 2 pode receber sangue A, B, AB ou O.
4. Na
espécie humana podemos distinguir quatro tipos sanguíneos diferentes: A, B, AB
e O. Imagine que uma pessoa possui tipo sanguíneo O. Marque a alternativa que
indica as características desse tipo sanguíneo.
a) Possui aglutinogênios A e aglutinina anti-B.
b) Possui aglutinogênio B e aglutinina anti-A.
c) Possui aglutinogênio AB e não possui aglutininas.
d) Não possui aglutinogênio e possui aglutininas anti-A e anti-B.
5. O fator Rh está relacionado
a um problema grave conhecido como eritroblastose fetal ou doença hemolítica do
recém-nascido, na qual anticorpos produzidos pela mãe atravessam a placenta e
agem contra as hemácias do feto. Sobre esse problema, marque a alternativa
correta:
a) Na eritroblastose
fetal, a mãe é Rh negativo, assim como o pai da criança.
b) A eritroblastose
fetal ocorre apenas em mulher Rh positivo.
c) A eritroblastose
fetal só acontece em mulheres previamente sensibilizadas.
d) A eritroblastose
fetal pode ser prevenida com a aplicação de sangue Rh positivo na mãe logo após
o parto da segunda criança positiva.
e) A eritroblastose
fetal ocorre apenas em filhos Rh negativos.
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