Eutrofização é o processo de poluição de corpos d´água, como
rios e lagos, que acabam adquirindo uma coloração turva ficando com níveis
baixíssimos de oxigênio dissolvido na água. Isso provoca a morte de diversas
espécies animais e vegetais, e tem um altíssimo impacto para os ecossistemas
aquáticos.
O problema da eutrofização tem como ponto de partida o
acúmulo de nutrientes dissolvidos na água. Corpos d´água naturais possuem
baixos níveis de nutrientes dissolvidos, limitando o desenvolvimento de
produtores, especialmente as algas. A cadeia trófica, dessa forma, mantém-se
equilibrada. Algas, cianobactérias e animais que vivem próximos à superfície da
água têm, portanto, seu crescimento limitado. Dessa forma, a luz vinda do Sol
consegue atingir as partes mais fundas dos corpos d´água, e as plantas que ali
vivem conseguem realizar fotossíntese. O oxigênio da fotossíntese é dissolvido
na água, fazendo com que os animais ali viventes tenham à disposição uma boa
quantidade de gás disponível. Deve-se lembrar que o oxigênio atmosférico demora
a se dissolver na água, e o oxigênio liberado como produto da fotossíntese de
algas e cianobactérias em geral vai para a atmosfera. Dessa forma, não
constituem uma fonte abundante desse gás para os animais aquáticos. São as
plantas enraizadas, em geral, as responsáveis pela oxigenação de rios e lagos.
Com o aumento da disponibilidade de nutrientes, temos um aumento
considerável no número de algas e cianobactérias. Num primeiro momento, há mais
alimento disponível para os heterótrofos, mas há pouca troca de gases entre o
corpo d´água e a atmosfera, ocasionando uma baixa oxigenação da água. A maior
quantidade de algas na superfície também diminui a passagem de luz para as
plantas enraizadas que realizam fotossíntese, dificultando seu crescimento.
O problema se agrava ainda mais quando as algas começam a
morrer. Uma grande quantidade de nutrientes provenientes dos corpos dessas
algas fica disponível aos decompositores, que são principalmente bactérias e
organismos bentônicos. Esses organismos utilizam o já pouco oxigênio disponível
no processo de decomposição, levando a uma “desoxigenação” do corpo d´água.
De onde vem a poluição?
Convenções internacionais estabelecem que qualquer tipo de material ou substância que interfira no equilíbrio de um determinado ecossistema é considerado um poluente. Neste sentido, a degradação dos nossos rios possui várias causas, inclusive o comportamento inadequado ou conivente da população ao fazerem o descarte de seus resíduos de forma irregular ou não cobrarem de empresas e governos uma postura mais sustentável.
No caso das águas, os principais e mais comuns poluentes são esgoto doméstico, petróleo e seus derivados, metais pesados, substâncias organocloradas (poluentes orgânicos persistentes) e o lixo. Veja abaixo como cada um dos fatores impacta na sociedade e como você pode fazer para diminuir o dano ao recurso natural mais precioso do planeta:
Esgoto doméstico
Com o lançamento do esgoto ou efluente doméstico não tratado nos rios, há um aumento da matéria orgânica na água, o que faz com que o equilíbrio local seja afetado, ocorrendo o aumento de determinados microrganismos e a dificuldade de desenvolvimento de outros. Esse processo, conhecido como eutrofização, pode levar ao surgimento de microalgas e ao sufocamento de peixes e outras espécies, além da transmissão de doenças presentes nas fezes humanas para outros consumidores da água. Sem citar o fato de que o esgoto doméstico pode estar contaminado com substâncias tóxicas não orgânicas.
Neste caso, é preciso conhecer bem qual a destinação correta para cada tipo de esgoto produzido pela residência/indústria, além de procurar se informar sobre a existência ou não de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) na região e sua eficiência.
Efluentes industriais
O lançamento de efluentes provenientes das atividades industriais em rios, lagos e córregos provocam um sério desequilíbrio no ecossistema. As alta cargas poluentes presentes nesse tipo de resíduo provocam efeitos tóxicos nos seres vivos do local, podendo se acumular em seus organismos, influenciando também a rotina do ser humano, podendo causar doenças e, em casos mais graves, até a morte. Veja mais em nosso artigo “Conheça as doenças causadas pelo “não tratamento” do esgoto”.
Metais pesados
Geralmente resultantes de processos industriais, substâncias como o mercúrio, o chumbo e o cádmio são classificados como metais pesados e têm uma capacidade tóxica altíssima. Eles se acumulam no organismo e podem causar sérios problemas, como câncer ou outras doenças.
A medida para se evitar esse tipo de desastre cabe às indústrias: todo os rejeitos do processo produtivo devem ser corretamente destinados. Além disso, essas empresas precisam ser fiscalizadas e monitoradas. Caso a indústria não realize o tratamento adequado, esses metais serão lançados nos rios, contaminando todo o curso de águas.
Poluentes Orgânicos Persistentes (POP)
Os poluentes orgânicos persistentes (POP) são organoclorados que não se degradam facilmente na natureza e surgem da produção de pesticidas e plásticos. Um exemplo de POP é o DDT, muito usado na década de 70 em produtos de controle de pragas agrícolas. Atualmente, como seus efeitos altamente nocivos são conhecidos, ele é proibido. Mas é papel do consumidor sempre verificar se há presença desse tipo de substância naquilo que consome.
Lixo
Se em terra firme o lixo mal destinado já traz sérias consequências, imagina em alto mar, sem o menor controle? Através das praias ou mesmo de esgotos sendo despejados diretamente nos rios, o lixo chega diretamente à fauna marítima, sem contar as embarcações, tais como veleiros, cargueiros ou navios turísticos, que despejam seus resíduos nas águas. Nesse cenário, os animais muitas vezes confundem plástico e vidro com seus alimentos naturais e morrem engasgados ou sufocados.
Faça um breve texto respondendo as questões abaixo
Qual a sua opinião sobre a atual situação dos rios e mares brasileiros? Como sua família contribui para a mudança deste cenário?
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