Qualidade de vida,
conceito e exemplos
1-Para
você o que significa ter qualidade de vida?
2-O que
te faz feliz?
3-O que
te deixaria mais feliz ainda?
O conceito de qualidade e vida é
muito subjetivo e dinâmico, ou seja, varia de pessoa para pessoa e pode mudar
ao longo da vida, com as vivências e experiências.
Mas, de forma geral, podemos
dizer que a qualidade de vida compreende três aspectos subjetivos - o ser, o pertencer e o
tornar-se.
O ser é o ser
humano, você!
Você é resultado de seus
hábitos, de sua aptidão física, de suas habilidades individuais, inteligência,
valores familiares e individuais, experiências de vida etc.. Você é fruto de
tudo o que viveu e aprendeu até esse exato momento.
O pertencer trata
das relações que você estabeleceu e possui com seus familiares, amigos,
vizinhos e pessoas das suas comunidades reais e virtuais. Aborda também o grau
de privacidade que você escolheu ter, bem como a participação em diferentes
grupos. Esse pertencer também ajudou a definir quem você é hoje.
O tornar-se remete
às expectativas e possibilidades reais de você vir a ser quem você gostaria de
ser, pertencer a grupos que você gostaria de pertencer, trabalhar naquilo que
você gostaria de trabalhar e assim sucessivamente. O tornar-se está
ligado, então, a seus objetivos e aspirações, que embasam suas escolhas de hoje
– ou deveriam embasa-las.
Os três aspectos subjetivos da
qualidade de vida estão relacionados com a realização pessoal, e com a sensação
de felicidade que isso traz.
Contudo o conceito de qualidade
de vida não se restringe apenas aos aspectos subjetivos, ele abraça também
aspectos objetivos como, por exemplo, o acesso a uma educação de qualidade, à
alimentação adequada, saúde, moradia, segurança e bens de consumo.
Aliás, o conceito de qualidade
de vida nasceu considerando apenas questões objetivas. Ao longo da história, é
que os aspectos subjetivos foram sendo somados.
Vamos ver agora como isso se
deu.
Conceito de qualidade de vida
O conceito de qualidade de vida
foi sendo modificado ao longo da história.
O termo qualidade de vida foi
usado pela primeira vez em 1920 em uma publicação norte-americana sobre
bem-estar e economia. Na época o termo foi atrelado ao suporte que deveria ser dado
pelo governo às classes sociais desfavorecidas.
Ele ressurgiu na década de 60,
novamente nos Estados Unidos, sendo atrelado à aquisição de bens como, por exemplo, casa própria,
carro, outros bens menores e salário fixo.
A partir daí o conceito vem sendo
ampliado para incluir também questões sociais como, por exemplo, educação, saúde e lazer.
Mas, como falamos na introdução,
o conceito de qualidade de vida é muito subjetivo, variando de pessoa para
pessoa. Assim, nas últimas décadas, têm sido inseridas visões mais subjetivas
como, por exemplo, a satisfação pessoal, o sentimento de realização e de
felicidade.
Segundo publicação de 2012 do Ministério da Saúde e,
de acordo com a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida é “a percepção do indivíduo
de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais
ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
O conceito de qualidade de vida
engloba, então, tanto questões objetivas quanto subjetivas.
Entre os aspectos subjetivos
temos o bem estar
espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além do pertencimento
social com a participação em diferentes grupos sociais (família, amigos, trabalho etc.).
Já os objetivos abarcam a saúde,
educação, moradia, saneamento básico e outras circunstâncias da vida.
Medindo a qualidade de vida
Quando o conceito de qualidade
de vida estava ligado somente às questões objetivas, sua medição era
relativamente fácil, sendo feita através da determinação do Índice de Desenvolvimento Humano ou IDH.
O IDH foi criado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) no início dos anos 90 para classificar os
países em três níveis - desenvolvido, em desenvolvimento e subdesenvolvido.
O valor do IDH varia entre 0 e
1. Países com IDH maior ou igual a 0,8 são considerados desenvolvidos; em
desenvolvimento se o IDH ficar entre 0,5 e 0,79 e, subdesenvolvido se o IDH
ficar abaixo de 0,49.
O Índice de
Desenvolvimento Humano (IDHM) - Santos é 0,840, em 2010, o que situa esse
município na faixa de Desenvolvimento Humano Muito Alto (IDHM entre 0,800 e 1).
A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Renda, com índice de
0,861, seguida de Longevidade, com índice de 0,852, e de Educação, com índice
de 0,807.
Em seu cálculo são considerados
os dados sobre a expectativa de vida ao nascer, a educação e o produto interno
bruto per capita.
A expectativa de vida está
relacionada com as condições de saúde da população. A educação considera a taxa de alfabetização de adultos
e a taxa de matrícula na educação básica e no ensino superior. Já a
renda é medida pelo poder
de compra da população.
O IDH é ainda a medida de
desenvolvimento mais conhecida e utilizada no mundo.
Mas, com a inclusão dos aspectos
subjetivos no conceito de qualidade de vida, o IDH deixou de ser adequado para
determina-la por considerar apenas aspectos objetivos em seu cálculo.
Em 2010, o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ampliou o IDH, definindo o Índice de Valores Humanos ou IVH, que aborda também a felicidade das pessoas como fator de bem-estar,
além dos aspectos considerados no IDH.
Assim, o IVH
reflete as expectativas, sonhos, percepções e aspirações da sociedade
relacionadas à educação, saúde e trabalho, funcionando como uma bússola na
definição e acompanhamento de políticas públicas.
O Butão e a França usam o índice Felicidade Interna Bruta que
se propõe a medir a felicidade do país.
Figura: Casal de idosos no
Butão. Crédito: Steve Evans,CC-BY-2,0. Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bhutan_-_Flickr_-_babasteve_(91).jpg.
Acesso em 14/03/2019.
A Venezuela criou o Ministério
para a Suprema Felicidade Social, com a responsabilidade de coordenar programas
de assistência desenvolvidos pelo Executivo. Em Dubai, por sua vez, foi criado
o Ministério da Felicidade.
Já a Inglaterra criou o Índice Planeta Feliz,
que visa medir o grau de satisfação das pessoas, de bem-estar, expectativa de
vida e os impactos causados pela sociedade à natureza.
Talvez o mais importante não
seja exatamente o nome do índice usado para a medição da felicidade, mas a
própria felicidade em si
Doenças que mais matam no Brasil
As “doenças da modernidade” são as que mais matam no Brasil. De
acordo com dados do Ministério da Saúde (OMS), o perfil nacional da mortalidade
modificou-se durante os últimos anos, evidenciando que atualmente as doenças do aparelho
circulatório em associação com vida agitada nos grandes centros
urbanos, sedentarismo,
estresse, alimentação desregrada e consumo exacerbado de fumo e bebidas
alcoólicas, estão em primeiro lugar no ranking, sendo as responsáveis pelo
maior número de óbitos de indivíduos de ambos os sexos.
Segundo
informações da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), na década de 30, as
doenças infecciosas e parasitárias (tuberculose,
diarréias, malária,
entre outras) correspondiam a aproximadamente 46% das mortes em capitais do
país. Desde então, verificou-se significativa, sendo que em 2003 verificou-se
que essas doenças correspondiam a apenas 5% das causas de morte no Brasil.
A doença do sistema circulatório
responsável pelo maior número de óbitos é o acidente
vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. No ano
de 2005, essa representou 31,7% das causas de morte por problemas circulatórios
no Brasil e 10% das mortes totais do país. Ainda dentre as doenças vasculares,
a doença isquêmica do coração representa a segunda maior causa de óbitos no
Brasil, em especial, o infarto agudo do miocárdio. Foi contabilizado que no ano
de 2005, 84.945 pessoas morreram em decorrência de infarto no país.
Avaliando-se as 10 primeiras causas de mortes no país, encontram-se mais duas
causas de etiologia circulatória.
Em
segundo lugar, foi observado que o câncer é a segunda doença que mais mata no
Brasil, sendo que os tipos mais comuns são câncer de pele, de pulmão, de mama, de próstata, entre
outros. No ano de 2005, foram registradas 147.418 mortes em decorrência de
neoplasias malignas, representando 16,7% dos óbitos totais do país. Embora
fatores genéticos estejam implicados no surgimento de câncer, o estilo de vida
(hábitos alimentares, sedentarismo, uso de fumo, álcool, entre outros)
contribui para o desenvolvimento de câncer. Já quando a análise é feita de
acordo com regiões, há uma variação, sendo que esta é a segunda causa de morte
na região Sul e Sudestes, ficando em terceiro lugar nas demais regiões.
Dentre as doenças que mais matam
no país, em terceiro lugar estão as doenças
respiratórias*. Em 2005, foram registrados 97.397 óbitos resultantes
de afecções do aparelho respiratório, o que corresponde a 11,1% do total. Com
relação a regiões do país, essa tendência é a mesma, sendo que no Sudeste e no
Sul o percentual foi de 11,7%, no Norte 10,9%, no Centro-Oeste 10,4% e no
Nordeste 9,4%.
Embora
esses dados sejam de 2005, a tendência de morte
não é significativamente diferente dentre de um curto período de
tempo, sendo assim, para o Ministério da Saúde, as informações condizem com a
atual realidade.
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